Com o Talibã assumindo o controle de Cabul no Afeganistão em agosto de 2021 e o ataque russo à Ucrânia em fevereiro de 2022, as preocupações de algumas pessoas sobre uma possível 3º guerra mundial estão começando a surgir. Isso porque os países envolvidos em conflitos na Ásia e no Oriente Médio, incluindo China e Rússia, têm alto poder militar e nuclear e estão em desacordo com os Estados Unidos. Mas afinal, a Terceira Guerra Mundial acontecerá?
A invasão russa da Ucrânia poderia desencadear a 3º Guerra Mundial?
A Rússia invadiu a Ucrânia e os ataques foram realizados por ar, por terra e também por mar. A Rússia, considerada uma potência mundial, possui um dos maiores arsenais nucleares do mundo, razão pela qual especialistas de todo o mundo estão preocupados quando se trata de uma possível 3º Guerra Mundial.
Vamos ser sinceros, é isso que muitas pessoas estão perguntando e pensando sobre as recentes ações do Kremlin contra a Ucrânia, que desencadearam uma enxurrada de denúncias e sanções do Ocidente.
A resposta é: não. Por pior que seja a situação na fronteira russo-ucraniana neste momento, não se pode imaginar um confronto militar direto entre a aliança militar da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a Rússia.
Aliás, enquanto nos últimos anos os EUA e o Reino Unido viram a Rússia montar uma força capaz de invadir a Ucrânia, eles rapidamente retiraram seu pequeno número de conselheiros militares.
‘’É uma guerra mundial, quando americanos e russos começam a atirar em uns aos outros.’’, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, no início deste mês, prometendo que não enviaria tropas americanas para a Ucrânia sob nenhuma circunstância.
Mas os líderes ocidentais ainda temem que a Rússia esteja pronta para invadir a Ucrânia em maior escala.
O quanto você deve ficar preocupado depende de vários fatores – quem você é, onde está e o que a Rússia fará a seguir.
Se você é um soldado ucraniano na linha de frente no leste da Ucrânia, a situação é obviamente muito perigosa. E para milhões de ucranianos, o medo do impacto da crise em suas vidas diárias está sempre presente.
Só o presidente Putin e seu círculo íntimo de confiança sabem até onde ele pretende passar por essa crise.
O legado da Crimeia
A tensão entre a Ucrânia e os russos não vem de hoje. A crise mais recente eclodiu após a anexação da Crimeia, então território ucraniano, pela Rússia em 2014. Conflitos na fronteira leste da Ucrânia resultaram em 14.000 mortes nesses sete anos.
Na prática, uma guerra já está acontecendo desde então, mas não é uma guerra mundial.
Por que a Ucrânia é disputada
Desde o fim da Guerra Fria, a Ucrânia tem sido uma fronteira entre a influência de democracias liberais na Europa e na Rússia.
O território que hoje é a Ucrânia passou a fazer parte do antigo império russo. Então, em 1919, tornou-se uma república da União Soviética (URSS). Com o colapso do bloco, a Ucrânia consagrou a independência para sempre em um acordo de 1994, tornando-se uma democracia muito jovem.
Na outra ponta, sem a URSS, a OTAN e a União Européia começaram a agregar nas décadas de 1990 e 2000 muitos países que eram uma zona de influência soviética na chamada Europa Central. Assim, países como os países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), a República Tcheca, Hungria, Polônia, Eslovênia e Eslováquia se tornaram membros, contra a vontade da Rússia.
Mas a Ucrânia entrou no caminho. Movimentos de aproximação com a União Europeia e a OTAN têm sido feitos nos últimos anos, além de protestos populares em 2013 e também em 2004. No entanto, não há uma visão coesa no país sobre esse movimento. Enquanto a parte ocidental (onde fica a capital Kiev) deseja atingir os padrões europeus, a parte oriental se vê ainda mais próxima dos russos.